segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SPETTACOLO DELLA LUCE

VALERIO FESTI - L' Architettura della Luce. Un italiano a Curitiba con uno spettacolo di Natale
Concebida pelo italiano Valerio Festi, a armação, instigante visualmente pela variedade de formas que a compõe em sucessivos planos, traduz o conceito que o artista, poeticamente, chama de “arquitetura de luz”. No caso curitibano, essa estrutura formará uma galeria onde acontecem uma série de apresentações do espetáculo Desfile da Luz, fruto da parceria criativa entre Festi e a diretora artística Monica Maimone. Festi, natural de Bolonha, contou que o espetáculo tem como ponto de partida o momento no qual os Três Reis Magos, em 21 de dezembro, data do solstício de inverno (no Hemisfério Norte, quando ocorre a noite mais longa do ano), avistam a estrela-guia (ou cometa) que os conduziriam à cidade de Belém, na antiga Galileia, local de nascimento do menino Jesus. “Esse é um acontecimento importante não apenas para o cristianismo, mas também para as demais religiões monoteístas, como o judaísmo e o islamismo”, diz. Para se ter uma ideia, Desfile da Luz conta com temas de compositores que vão do erudito Heitor Villa-Lobos ao experimental Tom Zé, passando por Ennio Morricone, gênio italiano das trilhas sonoras de filmes como A Missão, Era Uma Vez no Oeste e Cinema Paradiso.
Responsável pela arquitetura natalina externa das Galerias Lafayette, grande complexo comercial em Paris, na França, e pela elaboração de espetáculos importantes, como a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim de 2006, entre muitos outros, Festi e sua equipe vêm trabalhando no Brasil há um ano.
Fizeram no Centro do Rio de Janeiro o espetáculo Ensaio sobre a Beleza, que abriu, em setembro último, o Momento Itália-Brasil. Em maio deste ano, na Praça Generoso Marques, elaborou, também ao lado de Monica Maimone, Mia Cara Curitiba(www.miacaracuritiba.com), em celebração à imigração italiana.

O toque curitibano será dado pelos bailarinos da Companhia de Dança Masculina Jair Moraes, que fecham o espetáculo com os Elfos do Natal.
A Galeria da Luz e as apresentações  acontecem na Rua XV de Novembro, entre as Ruas Barão do Rio Branco e Marechal Floriano Peixoto até o dia 6 de janeiro. Sonorização de 1º a 23 de dezembro, das 20 às 24 horas.

      Para maiores informações: www.studiofesti.it/portugues/index.html


                   assista também o vídeo: www.gazetadopovo.com.br/cadernog 

                                Valerio Festi, na Rua XV, posa com sua criação.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

LUCIANO LIGABUE



  Questo bello cinquentenne com uma voz densa e uma música inspiradíssima conquistou seu país já nos idos anos 90, e, desde então até o último CD, o 15º, intitulado "Arrivederci Mostro", o público italiano tem só elogios para Liga como é carinhosamente chamado por lá. Luciano Ligabue é natural de Corregio na região da Emilia-Romagna. Italianíssimo, mas, quando olho para ele lembro de um índio americano. É cantor, compositor, escritor e diretor filmográfico e merecia ser mais conhecido por aqui. 



"Come se gli angeli fossero lí
a dire che sì
è tutto possibile
come se i diavoli stessero un po'
a dire di no, che son tutte favole"



 Ai giovani che amano il rock e lo spettacolo


Vale a pena ir até o final do video para sentir  a vibração
do público quando Liga entra no palco




E mesmo se a letra é simples a melodia é bem estruturada. Ligabue transita elegantemente entre padrões musicais sem perder a noção de contemporaneidade e com a força de sua voz simplesmente encanta.





www.ligabue.com



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LA CRISI DELLA POLITICA ITALIANA



                          CRISE NA POLÍTICA ITALIANA

Assistimos nestes últimos dias a crise da Zona de Euro chegando ao ápice, com a troca de governos na Grécia e, semana passada, na Itália, onde o Pres. do Consiglio, Silvio Berlusconi, não resistiu ao cenário difícil, tanto na política como na economia, e renunciou, além da Espanha que já está com eleições parlamentares previstas para breve.

O novo gabinete foi confiado ao economista e especialista em mercado europeu Mario Monti, que não fez carreira política, mas foi nomeado senador vitalício (biônico – lembram deste termo?) recentemente, e já anunciou os seus ministros na data de hoje. É o que chamamos de governo técnico, opção decorrente da dificuldade política em se formar um novo governo sem passar pelas necessárias eleições que parece não interessar a nenhuma das partes (esquerda/direita), já que não há ninguém capaz de aglutinar as forças de modo a conseguir comandar o “abacaxi”. Aliás, circulam piadas a respeito para todos os gostos quando o assunto é a crise política italiana: uma dela diz que “se fossem os militares a chegarem ao poder dessa forma seria golpe de estado; já que são os banqueiros/economistas, então se resolveu chamar governo técnico...” Outra é mais direta: “Se um Tremonti (Ministro da Economia e Finanças atual) não conseguiu resolver, um Monti só é que não vai mesmo...”

À parte a crise econômica que assola a Europa, temos problemas que vêm de longe e serão difíceis de resolver, qualquer que seja o governo: a máquina política italiana é composta de cerca 200mil pessoas, 630 deputados, 315 senadores, presidentes de províncias e regiões, 8mil prefeitos e 150mil conselheiros provinciais e comunais. Somente deputados e senadores custam 6,5milhões de euros/dia, o que irrita e distancia qualquer um das questões políticas.

Sempre se diz que o futuro pertence aos jovens, mas, devido ao desemprego – 9,1% em 2010, a estagnação econômica e as poucas perspectivas, os jovens acabam morando com os pais/avós até 30 ou 40 anos (os famosos bamboccioni – 70% deles), já que são os mais velhos que detém os benefícios que tanto custam ao governo. Ainda tem a questão dos imigrantes que fazem os trabalhos básicos a custo baixo (entre 500 e 1000 euros), o que não interessa aos italianos, mesmo porque poucos têm ambições em carreiras profissionais, devido às poucas oportunidades, que não permite muito a troca de gerações. Na Tunísia ou no Egito que recentemente passaram por mudanças radicais, os jovens são maioria, enquanto na Itália, são minoria.
 
Somente para manter a média de idade, 500mil imigrantes teriam que ser admitidos todo ano nas próximas décadas. O envelhecimento da população traz gastos imensos: 234bilhões de euros em 2009 somente para pagamento de pensões – 1/6 do PIB. Até por conta disto existe uma certa resistência ao uso da internet, à digitalização e à informatização dos serviços, aliada à burocracia e ao medo dos empregados em perder os seus empregos.

Ainda existem resquícios de machismo, com as mulheres recebendo bem menos que os homens, a cultua da mulher-objeto, o que explica mulheres lindas e desnudas na TV, também muito em função das idéias de mídia do próprio Berlusconi, que comandou o país nos últimos 17 anos. Além disso, feminismo, igualdade de sexos e liberação é “coisa de esquerda”. Não por acaso muitos expoentes do PDL são mulheres jovens e muito bonitas. Devido aos escândalos e à fragilidade da política, houve alguns protestos, como o de 13/02/2011, onde aproximadamente 1milhão de italianos saíram às ruas em 250 cidades, mas não houve maiores conseqüências até a queda do governo, por razões mais econômicas que políticas.

Comparada com países subdesenvolvidos e alguns do Leste Europeu a Itália tem uma situação confortável, sendo a pobreza na ordem de 13% comparada com os países desenvolvidos. Mães solteiras, os de menor formação educacional, imigrantes e idosos, e, por fim, os meridionais (estes quase ¼ são pobres) são os casos mais típicos.

10% das famílias reúnem 45% da riqueza nacional. Já 50% das famílias têm apenas 10% da riqueza, o que é considerado razoável para o padrão mundial, mas na Europa coloca a Itália nas posições inferiores neste quesito. Some-se a isso o custo dos imóveis, que, em 10 anos, aumentaram 83% os aluguéis.

Um país que não segue as regras pode ser o grande problema. Clientelismo, corrupção, abuso do poder público são alguns dos problemas que atrapalham o futuro. Crime organizado, máfia que chegou a ser exportada, trabalho in nero, não emitir NFs e tantas outras práticas complementam o quadro. A famosa raccomandazione de um amigo ou familiar é quase sempre inevitável. Muito parecida com a realidade brasileira, estes gargalos parecem condenar a mais décadas de dificuldades para a Itália. Por fim, uma ideia é que “devemos explorar os outros antes que nos explorem” não combina com o ambiente europeu, nos deixando mais próximos do Brasil e os países espanhóis, como estamos bem acostumados culturalmente, o culto da mediocridade.

O que esperar do futuro: Giuseppe Tommaso di Lampedusa, em seu livro Il gattopardo já profetizou que “os italianos são mestres em mudar sem alterar realmente as coisas.”

                                                                                               Texto de Luis Molossi


                    O HUMOR ESTÁ DE LUTO 
Com a saída de Berlusconi do comando da Itália os profissionais das Charges perdem um de seus principais colaboradores. Apesar de que temos aqui no Brasil uma equipe de colaboradores semanais. Ninguém ficará sem trabalho, deste nível, por muitos dias.





quarta-feira, 2 de novembro de 2011

MOMENTO ITALIA BRASIL

Estes eventos fazem parte da abertura do Momento Italia Brasil/2011-2012 em Curitiba, do dia 05 até 09 de novembro de 2011. Vale a pena participar de alguma destas  iniciativas que nos mantém ligados à Itália de ontem e de hoje.

  V SEMINÁRIO DE TECNOLOGIAS ESTRATÉGICAS BRASIL – ITALIA
V SEMINÁRIO DE TECNOLOGIAS ESTRATÉGICAS BRASIL - ITALIA








PUPI SICILIANI

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

FACCIAMO IL CAFFÈ




Os italianos não inventaram o processo de como fazer o café, mas foram eles que aperfeiçoaram a ponto de fazer o melhor cafezinho - e porque não dizer - criaram um hábito cultural e de comportamento que virou um vício nacional e que em Curitiba cresceu, a olhos vistos, em número de cafeterias nesta última década. Não conheço todas, mas vou indicar duas que gosto muito e deixo em aberto para sugestões de outras e também de cafés em modos diversos para que todos possam assaggiare




Cappuccino delicioso é no Café Zurich e o melhor espresso é no Lucca Cafés Especiais (bebida encorpada e com baixa acidez)

 


Um caffè espresso (frequentemente referido como expresso) é uma bebida à base de café preparada através da passagem de água muito quente (mas não fervente) sob alta pressão pelo café moído. O café expresso tradicional, em máquina profissional, é feito sob a pressão de 900–1000 kPa (9–10 atmosferas ou bars).
Uma definição mais qualitativa do café expresso inclui uma maior consistência que o café coado (conhecido como café de saco em Portugal), uma quantidade maior de sólidos dissolvidos por volume e sua medida geralmente realizada em doses (shots). O expresso é quimicamente complexo e volátil e muitos de seus componentes químicos se perdem por meio da oxidação ou perda de temperatura.
Um café expresso bem tirado possui três partes principais: coração, corpo e espuma — sua característica mais marcante: a espuma de cor semelhante ao caramelo-escuro que permanece sobre a superfície do expresso, composta por óleos vegetais, proteínas e açúcares.
Como resultado do processo de extração sob alta pressão, todos os sabores e substâncias numa xícara de café expresso estão concentrados. Algumas pessoas preferem uma dose (shot) de café em vez de uma xícara maior em que estes elementos estão mais diluídos. Também devido à sua concentração de componentes, o café expresso é muito utilizado como ingrediente em outras bebidas à base de café, como caffellatte e cappuccino.
Foi criado e desenvolvido na Itália desde o início do século XX, mas até a década de 1940 era preparada sob
pressão de vapor. Sua invenção é atribuída ao milanês Luigi Bezzera em 1901, mas o termo "espresso" (expresso)
surgiu por volta de 1946 com a comercialização das máquinas do inventor Achille Gaggia e a popularização deste
processo de extração do café.



                                    

 

Vejam neste vídeo os detalhes deste belíssimo ritual italiano


domingo, 16 de outubro de 2011

MAFALDA MINNOZZI e XI SETTIMANA DELLA LINGUA ITALIANA


UNA BELLA VOCE E UNA FIGURA CARISMATICA SUL PALCO. 

Foram três shows, onde com satisfação pude acompanhar a performance vocal e cênica, em palco, de Mafalda Minnozzi, esta italiana que se enamorou pelo Brasil e decidiu por aqui ficar.
É uma intérprete talentosa da música italiana e que, aos poucos, insere o idioma português (com um sotaque meigo) em algumas canções.
Ela também participará dos eventos da XI Settimana della Lingua Italiana Nel Mondo aconselho a todos que gostam da música italiana que não percam a oportunidade de vê-la.


                  

Conheça mais sobre Mafalda Minnozzi em


Aí vai o programa para Curitiba da  XI Semana Italiana no Mundo que acontecerá de 17  a 21 de outubro de 2011

Eventos que fazem parte do Momento Italia/Brasil 2011-2012, que comemora os 150 anos da Unificação Italiana

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

BRASILITÀ IN FESTA

Na noite de sábado, 01/10/2011, aconteceu no Ginásio de Esportes da Rondinha–Polentão, a II Festa Italiana da Associação BRASILITÀ e a comemoração dos 20 anos do Grupo Folclórico Piccola Italia.
Às 19:00 horas foi celebrada Missa Italiana presidida pelo Pe. João Batista Chemin, com grande presença da Comunidade. Após houve apresentação do Grupo Folclórico Piccola Italia e saboroso jantar para cerca de 700 pessoas. Em seguida o cantor campolarguense Fabiano Cruzara e o pianista curitibano Luciano Filizzola fizeram uma belíssima apresentação de diversas árias italianas, antes do animadíssimo baile a cargo do já conhecido Grupo Garrafão, que durou até a madrugada.


Fabiano Cruzara e Luciano Filizzola emocionaram a todos com suas árias italianas


Italia, Giapone e Polonia/Ucrania insieme


Prof.sa Bethania e sua figlia


Detalhe das mesas com as famílias presentes


Grupo Garrafão animou o baile com músicas italo-gaúchas-brasileiras
                                           até a madrugada


Aspecto geral das mesas dos quase 700 presentes ao jantar 





E NOS BASTIDORES:


muito trabalho para deixar tudo em ordem para a noitada




























E VIA LA FESTA!!!




In attesa della festa in 2012.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

RESPIRO NUOVO MONDO TERRAFERMA

O cinema contemporâneo italiano passa por um período de entressafra. Explico melhor; a Itália viveu no passado o que podemos chamar de "Cinema Genial". Grandes diretores e enredos criativos, mas de alguns anos para
cá vive um período de crise. Aceitável, visto que a Itália passa por grandes mudanças e é difícil manter um nível de excelência sempre, em qualquer área 
artística. Porém entre uma safra e outra aquele que se sobressai ganha 
atenção especial. Isto ocorre, de certo modo, com Emanuele Crialese 
no cinema italiano.


Crialese nasceu em Roma, em 1965. Em 1991, partiu para os Estados Unidos onde estudou cinema na Universidade de Nova York. Depois de realizar vários curtas, estreou em longa-metragem com Once “We Were Strangers” (1997), exibido no Festival de Sundance. Em 2002, ganhou o prêmio principal 
da Semana da Crítica do Festival de Cannes com “Respiro”.


O rótulo Comédia Dramática é perfeito para este filme; a italianada faz uma atrapalhada após a outra, e todos são tão estabanados que ao espectador só resta rir, mesmo nas passagens trágicas da fuga do canil, por exemplo. As locações foram feitas no Mediterrâneo, e é lindo demais; aquele azul do mar... não tem como traduzir em palavras . As pedras sedimentares exprimem uma beleza sobrenatural em sua fragilidade, como se os penhascos pudessem ruir a qualquer momento.




A família Mancuso vive na Itália, numa região pobre da Sicília, no início do século 20. Decididos a buscar uma vida melhor eles partem para os EUA em busca de trabalho. A bordo do navio, Salvatore Mancuso conhece a bela
inglesa Lucy, que viaja ao lado dos italianos com motivos misteriosos. A viagem a América irá mudar completamente suas vidas. O diretor Emanuele Crialese usou como base para o roteiro, cartas de milhares de italianos relatando a viagem. Nuovo Mondo conquistou seis prêmios no Festival de Veneza 2006.
Guardando questo film si vede l'influenza  dei grandi registi italiani come
Visconti, Fellini i Bertolucci 


 vi presento il più recente





"Terraferma", de Emanuele Crialese, trata  sobre o drama da imigração ilegal 
e será o candidato da Itália a melhor filme estrangeiro no Oscar, anunciou a Associação Nacional de Indústrias Cinematográficas (Anica).   

O filme de Crialese, vencedor do Grande Prêmio do Júri do 68º Festival de Cinema de Veneza, denuncia formas encobertas de xenofobia nas leis

italianas e é um hino de solidariedade aos imigrantes ilegais.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

BATTISTI O TURISTI

     

              O namoro do Brasil com a Itália vive a fase pós-rompimento
              onde o mal-estar se instalou. Os momentos que se seguem
              são de infantilóides vinganças. A infantilidade é aceitável no
              universo dos pequeninos que não compreendem bem os
              mecanismos das relações humanas. No entanto,na fase adulta,
              torna-se a mais pura mediocridade.

Há alguns dias li o texto de Walter Petruzziello que  traz novos elementos ao imbróglio diplomático e devem, com certeza, azedar por mais algum tempo a relação amorosa entre os dois países. O que você pensa sobre isto Walter?

    Che ne dici Walter?
"Os turistas, e a população em geral, foram surpreendidos com mais uma decisão do governo brasileiro, (posso dizer na calada da noite?), desta vez contra os turistas italianos.  Por decisão do Ministério da Justiça,  turistas italianos (e só italianos) não podem permanecer no Brasil por mais de noventa dias  improrrogáveis. Anteriormente os turistas podiam permanecer no território brasileiro por noventa  dias prorrogáveis, com um simples pedido, por mais noventa dias.

A explicação, e a motivação, dada sobre  o assunto pelo governo brasileiro foi de que se trata de reciprocidade, ou seja a Itália também  não permite a permanência de turistas brasileiros por mais de noventa dias em seu território.
Esta  justificativa poderia ser aceita se a restrição fosse para todos os países da União Européia, mas não encontra guarida visto que a Itália faz parte da União Européia e a matéria é disciplinada pelo Tratado de Schengen, onde todos os países  são obrigados a adotar o mesmo procedimento. Explicando: se a Itália não permite a permanência de turistas por mais de noventa dias nenhum país da União Européia permite. De qualquer modo não é verdade que a Itália restringe a permanência de brasileiros por noventa dias e se isso fosse verdade bastaria ingressar por outro país da União Européia, já que não há controle terrestre dentro dela.
Antes de entrar no mérito da questão, gostaria de fazer uma observação para que o leitor possa entender meu ponto de vista. Você poderia estar se perguntando: mas noventa dias ao ano não são suficientes para se fazer turismo?
A resposta é muito simples: para se fazer turismo sim. O problema é que milhares de pessoas, dentre os quais aposentados, familiares de residentes e empresários, utilizam o visto de turista para poderem ficar no Brasil por cento e oitenta dias.  Vejam este exemplo concreto:  a mãe de um estrangeiro residente no Brasil passa os 180 dias de verão aqui, com seu filho e os outros 180 no verão europeu. Há algum mal nisso? Da mesma forma aposentados compraram propriedades em Camboriú, Rio de Janeiro e outros balneários para poderem curtir o verão e, provavelmente,  aproveitarem o que lhes resta de vida. Não podemos esquecer que o turismo é uma fonte de riqueza e o Brasil precisa desenvolver esta fonte, ainda mais com o Mundial 2014 e olimpíadas 2016.
Agora, entrando no mérito,  vou tentar encontrar uma razão para a decisão (ou retaliação?)  brasileira.  Podem argumentar o que quiserem, mas na minha modesta opinião  esta decisão é reflexo do “caso Battisti”.  A Itália vai recorrer a Corte de Haia contra a decisão brasileira e o governo brasileiro não aceita tal posição.
Não vou mais entrar no mérito do caso Battisti (já falei demais sobre o assunto)  mas, que me perdoe o governo brasileiro, preferir Battisti  em detrimento  dos turistas me parece mais uma daquelas decisões infantis que nada trazem de bom para nenhum dos lados. Parece-me briga de crianças onde um dos lados diz “não falo mais com você”.
Só pra encerrar, onde estão os Parlamentares brasileiros com “cidadania” italiana? Onde esta o Grupo Parlamentar Brasil-Italia?
Passaporte italiano não é só para entrar sem visto nos Estados Unidos e alguns parlamentares bem que poderiam reconhecer isso."

Walter Petruzziello é advogado, Conselheiro eleito do C.G.I.E. e do Comites PR/SC


Questo testo è originale della Rivista Insieme on line
http://www.insieme.com.br/portal/conteudo.php?sid=203&cid=2562