quarta-feira, 10 de agosto de 2011

VA PENSIERO... DI VERDI


Questo distinto uomo che vi presento è Giuseppe 
Fortunino Francesco Verdi dipinto da Giovanni 
Boldini nel ano 1886. Inspiradíssimo, foi ele um dos 
compositores mais influentes do séc. XIX. Nasceu em Roncole-Itália, 
em 10 de outubro de 1813. Suas óperas são de uma grandiosidade
difícil de traduzir em palavras. Posso citar algumas: "La donna è mobile"
da ópera Rigoletto, "Va pensiero" de Nabuco, "Libiamo ne'lieti calici"
de La Traviata e a "Grande Marcha" de Aida.
Em uma primeira etapa sofre perdas que direcionam sua obra para uma
nova temática com variações de vozes e acordes melancólicos como em
"Va pensiero" da ópera Nabuco.

Na segunda etapa de sua carreira como compositor, conhecida como
fase do melodrama romântico, abandona os grandes temas
nacionalistas que o animavam até então e volta suas atenções para
os pequenos dramas individuais dos deserdados pela sorte, que são
tratados por ele com profunda compreensão. Ao se aproximar dos
quarenta anos, Verdi cria sua trilogia romântica – Rigoletto, 
Il Trovatore e La Traviata na qual expressa sua maneira de ver
o mundo. O traço comum entre os protagonistas das três óperas é
feito de sofrimento e a humilhação. O corcunda, a cigana
enlouquecida e a cortesã são rejeitados pela sociedade que os
cerca e os despreza.Verdi, entretanto, os trata, através de sua
música, com profunda compreensão e carinho, e isso faz dessas
três óperas as mais queridas de toda a sua produção.

No último dia 12 de março a Itália festejava os 150 anos de sua unificação, 
ocasião em que a Ópera de Roma apresentou a ópera Nabuco de Verdi,
símbolo da unificação do país, que invocava a escravidão dos Judeus na 
Babilônia,  uma obra não só musical mas, também, política à época em que
a Itália estava sujeita ao império dos Habsburgos (1840).
Silvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida
pelo maestro Ricardo Mutti. Antes da apresentação o prefeito de Roma, 
Gianni Alemanno – ex-ministro do governo Berlusconi, discursou,
protestando contra os cortes nas verbas da cultura, o que contribuiu para
politizar o evento.
Como Mutti declararia ao TIME, houve, já de início, uma incomum ovação, 
clima que se transformou numa verdadeira «noite de revolução»
quando sentiu uma atmosfera de tensão ao se iniciar os acordes do coral
«Va pensiero» o famoso hino contra a dominação.
«Há situações que não se pode descrever, mas apenas sentir; o silêncio
absolutodo público, na expecativa do hino; clima que se transforma em
fervor aos primeiros acordes do mesmo. A reação visceral do público
quando o côro entoa –‘Ó minha pátria, tão bela e perdida’ - ». 
                                  "O mia Patria, sì bella e perduta!"
Ao terminar o hino os aplausos da platéia interrompem a ópera e o
público se manifesta com gritos de « bis », « viva Itália »,
« viva Verdi ». Das galerias são lançados papéis com mensagens
políticas. Não sendo usual dar bis durante uma ópera, e embora
Mutti já o tenha feito uma vez em 1986, no teatro À La Scala de Milão,
o maestro hesitou pois, como ele depois disse : «não cabia um simples
bis; havia de ter um propósito particular».
Dado que o público já havia revelado seu sentimento patriótico fez com
que o maestro se voltasse no púlpito e encarasse o público,
e com ele o próprio Berlusconi. Fazendo-se silêncio, pronunciou-se
da seguinte forma, e reagindo a um grito de « longa vida à Itália » 
disse RICCARDO MUTTI :
«Sim, longa vida à Itália mas ... [aplausos]. Não tenho mais 30 
anos e já vivi a minha vida,mas como um italiano que percorreu
o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto
aquieço a vosso pedido de bis para o Va Pensiero. Isto não se
deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque
nesta noite, enquanto eu dirigia o côro que cantava  ‘Ó meu país
belo e perdido' - ("O mia Patria, sì bella e perduta"), eu pensava
que a continuarmos assim mataremos a cultura sobre a qual se 
assenta a história da Itália. Neste caso, nós, nossa pátria, será
verdadeiramente ‘bela e perdida.[aplausos retumbantes, incluindo
os artistas da peça] Reina aqui um ‘clima italiano’; eu, Mutti me
calei por longos anos. Gostaria agora... nós deveriamos da
sentido à este canto; como estamos em nossa casa, o teatro da
capital, e com um côro que cantou magnificamente, e que é
magnificamente acompanhado, se for de vosso agrado, proponho
que todos se juntem a nós para cantarmos juntos. »
Foi assim que Mutti convidou o público a cantar o Côro dos Escravos.
Pessoas se levantaram. Toda a ópera de Roma se levantou... O coral
também se levantou. Foi um momento magnífico na ópera! 
Vê-se, também, o pranto dos artistas.
Aquela noite não foi apenas uma apresentação do Nabuco mas,
sobretudo, uma declaração do teatro da capital dirigida aos políticos.


 Approfittate questo momento speciale.






Per quelli che amano l'opera di Verdi, lascio un´altro:




Grazie Sonia Carlini per l'appoggio in questo post.

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